quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

As paredes à volta...

já se cansam de estarem manchadas. O silêncio que se segue ganha o infinito por companhia, se tudo acabasse agora eu não me surpreenderia. Quem dera pudesse voar sobre as nuvens, ao invés de fugir para o fundo das águas. Quem dera as estrelas me contassem que as árvores lutam com suas próprias espadas. Se fosse assim, não seria preciso ter um fim. Se fosse assim, o ar teria sua pureza. Nossa convivência, sua sutileza, talvez até com a nobreza. Mas as folhas caem dos galhos, e o mundo se corta em retalhos. Mas os raios que partem o azul do céu, o sujam com sangue. Dividem-se em grupos, ou até gangues. A luz está acabando, talvez o túnel continue escuro. Onde ela se encontrava, agora é só um furo. Conte os rasgos nos asfaltos, a sua segurança se torna assaltos. Conte as gotas do oceano, a sua proteção é fina como pano. A cura nos traz apenas o que é capaz, se sucumbir a doença será fugaz. O que se tornou milagre agora, é encontrar a paz.